São tantas as mudanças vivenciadas neste século XXI...
Parece até que a família não anda muito na mídia, saiu da moda. Será que ela só é maravilhosa e funcional nas redes sociais ou em álbuns de fotografia?
Por onde andam os valores, a ética, o Amor, o pertencimento, o respeito à hierarquia?
Pais de um lado mergulhados no trabalho, lidando com a sociedade materialista do "TER" , muitas vezes sendo reféns do sentimento de culpa pela abusiva jornada de trabalho, receosos pela possibilidade talvez de perderem seus empregos e principalmente perturbados com as consequências do ESTRESSE do dia a dia.
Por outro lado estão os filhos, carentes de LIMITES, afeto, atenção, abraços, paciência, diálogo, referencial, presenciando a disputa de poder entre os Pais, alienação parental...
Ambos, pais e filhos estão CARENTES, reproduzindo (inconscientemente) padrões disfuncionais recriando relações doentias onde o "Amor" está se manifestando de uma forma desequilibrada.
Somente a partir de um processo de conscientização é que nos damos a chance de olhar mais de perto essas questões para podermos através de novas escolhas e atitudes mais saudáveis dar um novo significado às relações de uma forma mais amorosa.
O ESTRESSE, que consequentemente permitimos que se apodere de nossas vidas torna-se um vício, um piloto automático. Parece que não há mais tempo para um sorriso, um elogio, um estar junto "presencialmente", buscar o contato com a natureza, fazer coisas simples, as relações são líquidas, virtuais...
Projetamos nossas insatisfações e lixos emocionais naquele que está mais receptivo ou próximo como se fosse o bode expiatório da casa tentando nos eximir das responsabilidades das nossas próprias expectativas.
E como somos poderosos criando em nossos teatros mentais quando estamos contaminados com sentimentos negativos como raiva, mágoa, ansiedade, medo, ressentimento, culpa, inveja, orgulho, controle, desejo de vingança, egoísmo...
Pensamos demais e fazemos de menos até por NÓS mesmos.
Quantas pílulas hoje são consumidas para suprir um vazio existencial, ter uma boa noite de sono, sensação de paz, felicidade, digestão perfeita, corpo ideal, virilidade?
Ajuda? Sim, mas são paleativos e mostram sinais importantes de que está havendo um desvio do que é simplesmente natural. A causa verdadeira está DENTRO de nós mesmos.
O que está faltando?
Vamos refletir, voltar para a nossa ESSÊNCIA.
Independente da família onde nascemos e crescemos, avaliamos as feridas emocionais trazidas muitas vezes de padrões que antecederam, inclusive, nossos pais (ancestralidade) com os olhos ainda da nossa Criança INTERIOR. Precisamos trazer o ADULTO para a consciência de que hoje podemos fazer escolhas mais saudáveis e somos nós, adultos que cuidaremos dessa criança dando a ela toda a segurança, amor e compreensão que ela necessita.
É desafiador entender esse processo? Sim, sem dúvida.
Mas é um trabalho interior gratificante e necessário para levarmos para essas futuras gerações a LIBERTAÇÃO dos julgamentos e muitas vezes exclusões do sistema familiar . Todos fizeram seu melhor dentro do nível de consciência que tinham na época, inclusive nós mesmos.
Estamos aqui só de passagem e a serviço de algo muito maior.
Os filhos são manifestações da vida; como navios eles são construídos nos estaleiros(Família) mas precisam ir para o mar (Vida) para chegar ao seu destino.
Vamos praticar escolhas saudáveis enquanto FAMÍLIA e promover um futuro harmonioso, de equilíbrio e paz extensivo a todo esse processo evolutivo ao qual estamos fazendo parte.
Lembrando que a Família não necessariamente se restringe à biológica mas é também SISTÊMICA onde todos estamos enredados uns aos outros num processo contínuo de aprendizado. Ninguém é por acaso.
Observe ao seu redor... nas escolas, empresas, no seu condomínio, no grupo de amigos, na academia, no trabalho, no clube, enfim...
Mãos a Obra, o trabalho nos espera!
Vamos juntos?
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